NOTAS SOBRE O POSICIONAMENTO DE DAVID RICARDO SOBRE A MAQUINARIA
POSIÇÃO INICIAL: visão positiva e benéfica da maquinaria, para todos (inclusive quanto à classe trabalhadora)
1815 – Ensaio sobre a influência do baixo preço do trigo sobre os lucros do capital, mostrando a inconveniência de restrições à importação
“Maquinaria aperfeiçoada” tendia a elevar os “salários reais do trabalho” Positiva para a classe trabalhadora;
Nada registra sobre o papel desta em relação à “demanda por trabalho”.
1817 – Discussão com John Barton
John Barton, um engenheiro inglês, defende a ideia de que a introdução da maquinaria modera era, em realidade, maléfica, aos trabalhadores;
Embora nada mencione na primeira edição de Princípios de Economia Política e Tributação, no mesmo ano de 1817 escreve a John Barton, contestando tais opiniões;
Ainda em 1817, Barton escreve Observações sobre as condições das classes trabalhadoras, onde expõe que a maquinaria era um fator de redução da demanda por trabalho, levando, assim, ao desemprego.
Barton, em síntese, propõe que a demanda de trabalho depende do aumento do capital circulante e não do capital fixo. Nesse contexto, na medida em que as técnicas se desenvolvem e ocorrem aprimoramentos tecnológicos, o capital fixo torna-se maior em relação ao capital circulante.
David Ricardo, quando da 2ª edição de Pincípios (1819), não altera seu posicionamento, declarando que “(...) não pode ser negado que, considerando a questão em seu conjunto, a maquinaria não reduz a demanda por trabalho”. Logo, mantém seu posicionamento no sentido de que a maquinaria não era algo desfavorável à classe trabalhadora.
1820 - Discussão com McCulloch
John Ramsay McCulloch – conhecido de D. Ricardo e pertencente aos mesmos círculos intelectuais;
Publica um folheto sobre a obra de Barton, intitulado Imposto e as leis dos cereais. Em suma, concorda com a posição de Barton sobre os malefícios da máquina ao trabalhador.
Afirma que