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ASSÉDIO MORAL: UMA VIOLÊNCIA CONTRA O SER HUMANO!I - Introdução
Quase todas as pessoas que trabalham há mais de 15 anos, no passado, provavelmente já vivenciaram e/ou, no mínimo, presenciaram algum fato caracterizador do assédio moral e, no entanto e pelas mais variadas razões, mantiveram-se em silêncio ou apenas comentaram veladamente nos seus círculos de relacionamentos mais próximos (dentro ou fora das organizações).
Até poucos anos atrás, muitas circunstâncias caracterizadoras do assédio moral eram quase sempre consideradas (às vezes até mesmo pelos assediados) como "normais" dentro de um ambiente de trabalho, entendendo-as como gozações, "broncas" de chefes, respeito distorcido aos superiores (do tipo "manda quem pode e obedece quem tem juízo"), divergências e/ou diferenças de posicionamento e preferências pessoais ou profissionais. Até então, convivia-se com o assédio e mesmo aqueles que o consideravam como forma de ofensa, menosprezo, constrangimento ou humilhação, continuavam desenvolvendo suas atribuições e responsabilidades e, quando muito, comentavam ou desabafavam com familiares, amigos e/ou pessoas de sua confiança.
A realidade é que o assunto começou a ser identificado como uma forma de violência moral no trabalho somente a partir de 1980 por meio de pesquisas realizadas nas áreas da psicologia e psiquiatria por Heinz Leymann, tornando-se objeto de estudos iniciais na Suécia e posteriormente na Alemanha. Em meados da década seguinte, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) chamava a atenção para o problema em diferentes países e mais recentemente, também o Fundo Europeu para Melhoria das Condições de Trabalho e de Vida (Fundo Dublin 2000) reconheceu o assédio moral como um problema internacional.
No Brasil, somente no início da última década é que o assunto começou a ganhar força, após a divulgação da pesquisa brasileira realizada como tema de dissertação de mestrado (Uma jornada de humilhações) em Psicologia Social