nkoliski
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Em nossa época, como observa Nietzsche, o Estado tomou o lugar da Igreja. Sob o termo cultura – cuja difusão é monopolizada pelo Estado, em particular através do sistema de ensino – ele assume, sob aspectos “modernos”, “laicos”, essa missão de domesticação sistemática.Poderes que abusam da cultura:
1º) O egoísmo das classes comerciais: O objetivo das instituições modernas de cultura deve ser o de levar cada pessoa – na medida em que sua natureza lhe permita – a reproduzir o tipo “coerente”, a prepará-lo para extrair de seu nível próprio de conhecimento e de saber o Maximo possível de felicidade e de lucro.Afirma-se que existe uma aliança natural e necessária entre a “inteligência” e a “propriedade”, a riqueza e a cultura, e mesmo que essa aliança é uma necessidade moral.
2º) O egoísmo do Estado: Pede-se à cultura que libere as forças espirituais. Essa liberação serve, ao contrário, para forjar cadeias. “A cultura encontra protetores entre todos os que têm consciência de sua feiúra e de seu tédio e que querem se iludir por meio do que se chama ‘a beleza da forma’. A arte serve à abjeção atual”.
“A arte é o grande estimulante da vida, entretanto, o desenvolvimento da arte, geralmente de uma cultura servil, encontra em nosso tempo outros instrumentos de domesticação”.
Nietzsche argumenta contra a mania histórica do século XIX. Ele denuncia a investigação que opera uma separação entre o devir e os homens, entre a vida e os instintos que a animam.
O conhecimento do passado pode ser um estimulante para o homem ativo descobrir nele modelos, genealogias, que lhe permitirão não somente captar a origem da miséria contemporânea, mas ainda dirigir eficientemente suas armas contra o inimigo atual e derrota-lo. Essa investigação considera o passado como morto, como algo concluído ou inteiramente acabado.
O passado é passado? Essa concepção corresponde ao instinto de difamação da vida, do que é atual e forte. Mata-se o passado porque se