Niels bohr
Nessa noite, um pequeno barco de pesca leva a bordo um clandestino excepcional, cuja permanência na Dinamarca poderia ser incalculavelmente vantajosa para os alemães.
Niels Bohr, um dos maiores cientistas europeus em questões nucleares, é levado até a Suécia, de onde embarca num avião que se dirige para a Inglaterra.
Como medida extrema de segurança - uma vez que o avião pode ser abatido pelos inimigos -, o cientista viaja numa cabina especial que em caso de perigo pode ser aberta para deixar seu ocupante cair de pára-quedas. E leva consigo uma garrafa para cerveja cheia com "água pesada" (uma vez em Londres, porém, verificaria que se havia equivocado, transportando por 900km, com todo o cuidado, uma garrafa para cerveja contendo. . . cerveja).
Bohr deixa seu país pelo receio de ser enviado a um centro de pesquisas nazista, onde deveria colaborar na construção de armamentos atômicos.
Nascido em Copenhague no dia 5 de outubro de 1885, Niels David Bohr formou-se em Física em 1911. Nesse mesmo ano transferiu-se para o Laboratório Cavendish, na Universidade de Cambridge. Aí trabalhou com J. J. Thomson, com o objetivo de concluir a elaboração de sua tese sobre eletrônica.
No ano seguinte foi para Manchester, para trabalhar com E. Rutherford. Este, recém-chegado do Canadá, não escondeu sua admiração pelo jovem assistente, definindo-o como "o homem mais inteligente que já tenha conhecido", sem saber que mais tarde Bohr seria o continuador de sua obra no estudo da interpretação da estrutura do átomo. Rutherford acabara de propor uma nova teoria "nuclear", baseando-se