New deal - macroeconomia
Muito mais do que uma mera crise financeira de grandes proporções ou mais uma crise econômica inerente ao sistema capitalista, a crise de 1929 e o decorrente período denominado Grande Depressão constituem um marco na história norte-americana, pois, segundo Hobsbawm, foram capazes de destruir por meio século o liberalismo econômico.
Roosevelt mostrava-se bastante cético quanto ao futuro do capitalismo em sua forma liberal, por vezes até mesmo irônico ao declarar que o pleno funcionamento da economia liberal prescindia da existência de um mágico, a mão mágica do mercado auto regulável. O importante é que o novo presidente enxergava os limites do liberalismo, tinha consciência de que estava lidando com o desgaste de um projeto político não mais aplicável.
A Grande Depressão revela de forma drástica, internacional e explosiva a crise do liberalismo clássico num país que se imaginava detentor do padrão de vida invejado pelo mundo; e dá início ao processo de construção de um Estado de bem-estar social nos Estados Unidos nos moldes do New Deal.
Roosevelt é exatamente eleito por apresentar uma nova proposta política, alterando de modo significativo a relação entre o poder público e a economia. A proposta econômica do Partido Democrata ficou conhecida como New Deal e era profundamente inspirada na teoria econômica do inglês John Maynard
Keynes.
Segundo a teoria keynesiana, a crise de consumo e investimento deveria ser solucionada com participação ampla e direta do governo, arrecadando fundos ainda que por meio de empréstimos para a promoção projetos de utilidade social. Os investimentos não seriam mais direcionados para a ampliação da capacidade produtiva, mas nem por isso deixariam de ser feitos. Keynes propunha que esses investimentos públicos fossem destinados à ampliação da infra-estrutura nacional, ou seja, na promoção de grandes obras públicas como estradas, escolas, hospitais, parques etc. O principal objetivo seria, então,