neoclasicos
2011. [www.revel.inf.br].
COMPOSTOS NEOCLÁSSICOS: ESTRUTURA E FORMAÇÃO
Carlos Alexandre Gonçalves1
carlexandre@bol.com.br
RESUMO: Neste artigo, analisamos um conjunto de palavras morfologicamente complexas do português comumente denominadas de “compostos neoclássicos” – construções com bases presas de origem grega ou latina, a exemplo de ‘sociopata’, ‘pedofilia’ e ‘xenófobo’, entre tantas outras. O principal objetivo do trabalho é examinar a estrutura dessas palavras, considerando, para tanto, (i) o estatuto dos elementos constitutivos e (ii) sua relação com formações de mesma natureza em línguas como o inglês, o francês e o grego moderno.
PALAVRAS-CHAVE: composição; derivação; continuum; formas eruditas.
INTRODUÇÃO
Neste artigo, analisamos um conjunto de palavras morfologicamente complexas do português comumente denominadas de “compostos neoclássicos” – construções com bases presas de origem grega ou latina, a exemplo de ‘sociopata’, ‘pedofilia’ e ‘xenófobo’, entre tantas outras. O principal objetivo do trabalho é examinar a estrutura dessas palavras, considerando, para tanto, (i) o estatuto dos elementos constitutivos e (ii) sua relação com formações de mesma natureza em línguas como o inglês, o francês e o grego moderno. Para atingir o segundo objetivo, baseamo-nos numa série de trabalhos recentes sobre o assunto
(Corbin, 2001; Lüdeling et al., 2002; Iacobini, 2004; Amiot & Dall, 2007; Kastovsky, 2009;
Petropoulou, 2009; Ralli, 2010).
Em relação ao estatuto morfológico dos elementos neoclássicos, tentamos, no artigo, responder às seguintes questões, fundamentalmente: (a) quão diferentes são as palavras neoclássicas do restante das formações nativas atuais?; (b) formas como hidro-, eco- e -dromo têm o mesmo comportamento em português?; (c) são radicais, afixos ou formam uma
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Universidade Federal do Rio de Janeiro –