NARRADORES DE JAVÉ

995 palavras 4 páginas
Narradores de Javé: A escrita que desvaloriza a História

Narradores de Javé é a luta de uma população pobre do interior do nordeste que é “marginalizada” pelo próprio governo quando a mesma não é “alfabetizada”, a solução da salvação da cidade é a “escrita”, mesmo através da oratória e os significados que a cidade carrega não é valido para que se tenha uma legitimidade, pois como o personagem Biá que é o único alfabetizado e letrado diz: tem que ser de cunho cientifico, essa cientificidade que existe na cidade é através da história oral, Biá enfrenta muitas dificuldades para poder juntar essas histórias e elabora-las com outras fontes, por exemplo, a demarcação de terras (propriedade de solo) é “cantada” ou seja, declarada através da oralidade em voz alta para que todos saibam onde começa e termina a sua propriedade, não há documentos registrados para legitimar tal propriedade, e assim poder contestar ao governo os seus direitos como cidadãos residentes daquela pequena cidade. O fato é que hoje a historiografia vem sendo discutida para que se amplie sua autenticidade além da escrita, pois como foi colocado no filme, a escrita também pode ser manipulada, ou seja, a maneira que a escrita irá se enquadra ao tempo-espaço distante e como seria quase que impossível o historiador/autor deixa de alguma forma de “ornamentar” a escrita para poder seduzir o leitor, e é isso que o personagem Biá faz quando ele escreve as cartas, é como apimentar, incrementar a escrita da realidade. Se a historiografia fosse única, não seriam necessárias tantas pesquisas e livros, por exemplo, para decifrar a história da civilização egípcia ou do próprio Brasil.

(...) O historiador, em sua escrita, fixa um sentido e constrói uma versão sobre o passado, assim como o poeta e o contador de lendas. (...) O distanciamento do tempo e/ou do espaço faz do historiador um construtor da história que se faz visível em sua escrita/argumentação estética, em sua ornamentação, em sua capacidade de

Relacionados

  • Socrates E Jesus O Debate Peter Kreeft 1
    84567 palavras | 339 páginas