Na tela do computador: a involução da escrita nas redes sociais
INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – ICI
Departamento de Fundamentos e Processos Informacionais
Disciplina: ICI175 - História do Livro e das Bibliotecas
Docente: Marlene Morbeck Coelho
Discente: Ramon Davi Santana / Data: 21 de maio de 2014
Na tela do computador: a involução da escrita nas redes sociais
Se, na década de 90, pudéssemos viajar no tempo, como instigaram Robert Zemeckis e Bob Gale na trilogia De volta para o futuro (1985, 1989 e 1990), e optássemos por visitar o atual ano de 2014, obviamente, pouco – ou quase nada – seria como o esperado. Agora imagine se um escritor parnasiano do século XIX, dominador da escrita culta e formal, pudesse também fazer essa viagem e se defrontasse com a forma que conversamos ou escrevemos nas redes sociais hoje em dia. No mínimo, ele teria uma crise de nervoso ou entenderia muito pouco do que está sendo dito. É que a nossa escrita sempre foi uma inquietante transformação: no livro, tentando se manter uniforme à forma e à grafia, embora atendendo a diferentes estilos, e na tela do computador, onde, no entanto, ela caminha para uma deterioração constante da sua forma, grafia e gramática.
Nos anos 80, os primeiros computadores pessoais começaram a ser comercializados no Brasil. Devido a seu altíssimo preço e o baixo poderio econômico de grande parte da população na época, seu uso acabou ficando limitado a grandes empresas, universidades e repartições públicas, enquanto que seu fim quase sempre era o mesmo: realizar cálculos e mais cálculos numa velocidade impraticável para o homem. Na sua tela preta, inclusive, somente eram vistos caracteres brancos e códigos que apenas poderiam ser decifrados por especialistas da área. Quase pouco tinha algo que fosse atrativo para qualquer pessoa, a não ser algum jogo de lógica ou algum tipo de ferramenta que prometesse facilitar alguma tarefa doméstica do dia a dia, como a de calcular os gastos de luz e água do mês. Naquelas máquinas, não