Médicos e mezinheiros na Corte Imperial
SOARES, M. de S.: ‘Médicos e mezinheiros na Corte Imperial: uma herança colonial’.
História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII(2): 407-38, jul.-ago. 2001.
Médicos e mezinheiros na
Corte Imperial: uma herança colonial
Physicians and potion makers at the Imperial
Court: a colonial legacy Os argumentos deste artigo são parte do primeiro capítulo da dissertação de mestrado,
A doença e a cura: saberes médicos e cultura popular na Corte Imperial.
Márcio de Sousa Soares
Mestre em história
Rua Dr. Alvaro Grain, 233
28053-130 Campos dos Goitacases — RJ Brasil marciosoares@trendmail.com.br Este artigo tem por objetivo analisar as representações e práticas populares em relação à doença e à cura na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. A partir dos relatos de viajantes, procura-se enfatizar que tanto a doença quanto a cura possuíam significados específicos que conduziam os segmentos populares a buscar seus próprios caminhos para a preservação ou restabelecimento da saúde, independentemente da ausência ou presença de médicos. Dessa forma, a partir da constatação da enorme popularidade das mezinhas domésticas e da fé no adjutório espiritual, em contraposição aos esforços da medicina acadêmica para reservar para si o
‘monopólio da competência’ da arte de curar, procura-se reavaliar o pressuposto consagrado pela historiografia de que o pequeno número de médicos que atuava no Brasil oitocentista configurava-se em um problema vivenciado indistintamente por todos os segmentos sociais.
PALAVRAS-CHAVE: médicos, mezinheiros, história da medicina, cultura popular,
Rio de Janeiro.
SOARES, M. de S.: ‘Physicians and potion makers at the Imperial Court: a colonial legacy’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII(2): 407-38, July-Aug. 2001.
This article aims at analyzing popular practices and representations related to diseases and healing in the city of Rio de
Janeiro in