Muro de Berlim
Alguns dias depois, os oficiais da República Democrática Alemã, acompanhados por outros militares armados, descarregaram sacos de areia, cimento e tijolos. Assim nascia o Muro de Berlim. Inicialmente, o arame farpado fora substituído por uma mureta que media apenas um metro de altura. Aos poucos, cercas, guaritas, sensores de movimento, minas terrestres e cães de guarda desnudavam o lugar que simbolizaria o epicentro da ordem bipolar.
No meio tempo em que a obra se executava, vários oficias e civis notavam que aquela ação teria implicações restritivas irreversíveis. Dois dias após as primeiras obras, um oficial oriental chamado Conrad Schumann pulou o emaranhado de farpas para ser acolhido por um veículo militar da parte ocidental. Em alguns pontos onde antigos prédios serviam de extensão do muro, os civis atravessavam cômodos e janelas para fugirem para a banda capitalista.
O absurdo segregacionista demonstrava claramente que o socialismo burocrata soviético não seria capaz de impor uma ampla e natural zona de influência política entre os alemães. Além disso, enquanto o “milagre econômico” (mais conhecido como “Wirtschaftwunde”) dos ocidentais se tornava realidade, o lado controlado pelos soviéticos experimentava uma época de retração em que o parque industrial encolhia e as condições de vida se tornavam mais difíceis.
Paulatinamente, o fracasso do socialismo russo foi se somando às possibilidades de desconstrução daquela obra fria e abominável. No ano de 1973, as