mulher e poder

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10 mitos comuns sobre o período ditatorial, discutidos à luz da necessidade de esclarecimento do passado.

1. "O golpe de 1o. de abril de 1964 teve amplo apoio popular, e impediu que uma conspiração instaurasse uma ditadura de esquerda, com apoio da URSS".

O governo brasileiro na época era constitucional e democraticamente eleito. O presidente João Goulart, o "Jango", não era, nem jamais foi, um marxista ou anticapitalista. Fora ministro de Getúlio Vargas e Jucelino Kubtschek, o que mostra sua ligação com o populismo e o nacionalismo de centro-esquerda. O partido comunista foi banido em 1948, e distanciava-se do stalinismo desde os anos 1950. A influência dos comunistas limitava-se a alguns setores estudantis, intelectuais e sindicais. Mas mesmo que Jango fosse um marxista declarado, aliado ao partido comunista e buscando a implantação do socialismo, o golpe de Estado contra um regime democrático seria ainda uma conduta criminosa, ainda mais por sido apoiado por oligarquias corruptas e governos estrangeiros. Salvador Allende era um marxista declarado, seu partido socialista era aliado do partido comunista, e o golpe que derrubou seu governo e instaurou os 17 anos de ditadura de Pinochet foi um crime Pode-se discordar de Allende ou Jango, mas eles foram escolhidos pelo povo e governaram de acordo com as leis. Não havia, portanto, qualquer ameaça de "ditadura de esquerda".

Jango era um presidente carismático, e a campanha da legalidade, antigolpista, conseguiu mobilizar amplos setores. O movimento golpista, por outro lado, conseguia mobilizar apenas uma classe média conservadora, fração diminuta da população brasileira. O principal trunfo dos golpistas era o auxílio imperialista, tanto do governo estadunidense quanto dos empresários associados ao capital transnacional. Estes dois setores possuíam recursos, influência e organização superior para apoiar os militares reacionários e usurpadores.

2. "O país passou por uma guerra civil nos anos 1960 e 1970,

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