MUBE
Para Helio Piñón(2002) a arquitetura de Paulo Mendes da Rocha “comove já à primeira vista” na medida em que manifesta sua ação criativa a partir de sua consistência da estrutura espacial. Além disso, a consistência, que também é formal, é consequência da identidade do artefato com o lugar e valorizada por sua discrição e aspecto limpo. Desse modo, o conjunto da obra passa a ser, então, produto de uma ação subjetiva orientada para os valores universais que permitem que cada uma de suas manifestações alcance existência própria e livre do autor. Fato que só “costuma acontecer nas ações de criação genuína”.
Neste texto serão discutidas questões que envolvem o discurso do arquiteto presente em sua produção, identificando alguns destes aspectos encontrados no Museu Brasileiro da Escultura – MuBE.
A Relação do projeto com o entorno:
O MuBE está num bairro de São Paulo cuja normativa urbanística deriva de alguns princípios das cidades-jardins : são terrenos para construção de residências isoladas no lote, com previsão de generosa arborização.
O terreno constitui em um lote triangular em declive, esquina em ângulo qualquer entre uma rua e uma avenida importante no traçado da cidade que a atravessa do seu centro até o rio Pinheiros, um dos vales importantes na geomorfologia da capital.
A avenida Europa (uma das ruas que definem o lote triangular do museu) tem um significado peculiar : ela atravessa a cidade do seu centro até o rio Pinheiros, um dos vales importantes na geomorfologia de São Paulo. O projeto constitui uma grande viga protendida de 60 metros de vão livre situa-se exatamente perpendicular a essa via, assinalando a presença do museu e fazendo-se referência na paisagem.
O museu é em si uma paisagem modelada, estabelecendo referências urbanas, visuais e de escala em contraste com seu entorno, e que não se atém a noção convencional de um volume elevado sobre um terreno.
São vários os diálogos entre obra e entorno, o projeto