Movimentos Sociais
Neste novo século novíssimos sujeitos sociopolíticos e culturais entraram em cena, como os movimentos sociais globais, anti ou alterglobalização, movimentos transnacionais, entidades civis modernas, fóruns, conselhos e câmaras de participação. Várias lutas sociais se internacionalizam rapidamente, novos conflitos sociais eclodiram abrangendo temáticas que vão da biodiversidade e a questão biopoder às lutas e demandas étnicas, assim como o retorno de lutas religiosas de diferentes seitas e crenças.
No Brasil, de um lado, passou a imperar um modismo, que tenta se desvencilhar de imagens movimentalistas dos anos de 1980 e construir novas representações sobre as ações civis, agora tidas coo ativas e propositivas, atuando segundo formas modernas de ação coletiva, expressas em discursos como “articular-se em redes como exigência para sobrevivência”. De outro lado, à medida que o cenário da questão social se alterou, novíssimos atores/sujeitos sociais entraram em cena na sociedade civil, coo as ONGs e as entidades do Terceiro Setor, as políticas sociais públicas ganharam destaque na organização dos grupos sociais. Resulta que a sociedade civil organizada passou a orientar suas ações coletivas e associações por outros eixos, focada menos nos pressupostos ideológicos e políticos, predominantes nos movimentos sociais dos anos de 1970 e 1980, e mais nos vínculos sociais comunitários organizados segundo critérios de cor, raça, idade, gênero, habilidades e capacidades humanas. Dessas articulações surgem as redes sociais e temáticas organizadas segundo gênero, faixas etárias, questões ecológicas e socioambientais, étnicas, raciais, religiosas, etc., além dos fóruns, conselhos, câmaras etc., que compõe o novo quadro do associativismo brasileiro.
O contexto atual dos principais movimentos sociais da América Latina é um dos panos de fundo do cenário para discutir suas formas, demandas, identidade que constroem redes que as estruturam, manifestações culturais