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CAPITULO 1 : A expansão europeia O final da idade média foi difícil para os europeus. A Guerra dos Cem Anos entre França e a Inglaterra (1337-1453), a epidemia da peste negra e a desorganização da produção agrícola, que levou a um surto de fome, tiveram profundas consequências. Muitas rotas comerciais terrestres foram interrompidas, a população diminuiu significativamente. A tomada da atividade comercial se fez de forma lenta, na mesma medida em que a expansão demográfica ia se restabelecendo. Vários fatores acabaram por forçar a burguesia europeia a buscar novas alternativas para expandir o comercio. A saída encontrada foi a navegação atlântica. Teve origem assim o processo de expansão marítima europeia. A formação dos Estados modernos na Europa, ou seja, a centralização do poder por um estado, dominando varias cidades iniciou-se com a aproximação entre a monarquia e a burguesia, que tinham o mesmo interesse e recursos monetários. A interferência dos reis nas negociações mercantis foi uma das facetas do caráter absolutista do seu poder. Modificava-se, assim, o sistema politico feudal, em que cada vassalo reinava soberanamente sobre seu feudo. Estimulando a atividade mercantil, o monarca ampliava a arrecadação de impostos e se fortalecia ainda mais. Com os recursos, mantinha uma poderosa administração estatal, com vasta burocracia, constituída essencialmente de membros da nobreza, que sustentavam seu poder. A participação dos portugueses no comercio europeu ganhou impulso no inicio do século XV. A precoce centralização monárquica – com a Revolução de Avis em 1385 – associando-os poderes políticos concentrados nas mãos do rei aos interesses do setor mercantil teve papel decisivo na organização das grandes navegações portuguesas. As viagens pelo Oceano Atlântico, que recebeu a denominação de expansão marítima europeia, tiveram como pano de fundo, desse modo, o estimulo governamental, somado ao interesse do