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Introdução

O presente estudo irá apresentar a participação feminina na imprensa do século XIX no Ceará, em destaque as escritoras: Francisca Clotilde e Emília de Freitas. Duas poetisas, escritoras, mães, professoras, abolicionistas que defenderam suas causas numa sociedade predominantemente patriarcal e conservadora onde a participação da mulher deveria se restringir aos cuidados com a família e com o lar. Se, ainda hoje, podemos observar a segregação em que muitas mulheres são submetidas em vários ambientes seja no lar ou no trabalho, a violência que a cada dia se intensifica contra a mulher por parte dos homens: companheiros e maridos, imaginemos como as mulheres eram tratadas durante o século XIX. Completamente à margem da sociedade. Se essas mulheres: Francisca Clotilde e Emília de Freitas tiveram grande relevância na imprensa daquela época, decerto enfrentaram muitos obstáculos, preconceitos e dificuldades para se destacarem. No século XIX, a luta pelo fim da escravidão marcou o Ceará como pioneiro na libertação dos escravos, Redenção saiu na frente e o nosso Estado ganhou o título de Terra da Luz por ser a primeira capital a proibir o transporte de negros. Dragão do Mar o nobre pescador teve uma atitude ousada ao anunciar que no seu barco não se transportaria mais escravos. Os jornais da época: “Libertador”, “Cearense”, “Gazeta do Norte” e “Pedro II” descreviam aquele momento através da publicação de acontecimentos, poemas e anúncios sobre o tema da escravidão. A participação de nossas escritoras nesses jornais se apresenta em forma de poemas, muitos dos quais sobre a temática: libertação. As escritoras também dedicaram os seus poemas a pessoas da família e aos amigos. Francisca Clotilde é uma das escritoras com maior participação na imprensa daquele século, chegando a fazer parte de grupos literários e a publicar uma revista intitulada “A Estrela”, organizada por ela e por sua filha, já no início do século XX. Emília de Freitas