Modelo inflacionário versus modelo cíclico com Planck 2013

AUTOR:Gustavo Barbosa de Albuquerque.
INTRODUÇÃO
O modelo do Big Bang nos fornece precisas informações a respeito de como se deu a evolução do nosso universo desde o momento da nucleossíntese até os tempos atuais. No entanto, ele não nos responde questionamentos teóricos chave, envolvendo a estrutura e a formação do universo, tais como o problema do achatamento do universo (por que o universo observável é quase plano?), o problema da homogeneidade (por que regiões causalmente desconectadas são tão semelhantes?) , o problema da não-homogeneidade (qual é a origem da densidade de perturbações responsável pela não isotropia da radiação cósmica de fundo e da formação de estrutura de larga escala?) e o problema do monopólo (por que não foram observados defeitos topológicos no universo primitivo?). As respostas para essas perguntas necessitam de um modelo que possa trabalhar com o período de tempo anterior ao da nucleossíntese. O modelo cosmológico que hoje aparece como o mais cotado para responder a essas perguntas é o modelo inflacionário. No entanto recentes resultados obtido pelo satélite Planck nesse ano[6-8] reavivam o debate sobre a prevalência desse modelo sobre outros modelos alternativos, em especial os modelos cíclicos/equipiróticos.

MODELO INFLACIONÁRIO
O modelo inflacionário consiste de um cenário cosmológico no qual o universo, antes do decaimento do neutrino, e portanto apenas alguns segundos ou minutos depois do Big Bang, começou a expandir-se aceleradamente, indo de um volume muito pequeno até um volume comparável ao de hoje. O fator causador dessa expansão, de acordo com as variantes do modelo inflacionário, podem ser diversos como a energia potencial de um ou mais campos escalares, associados a alguma partícula fundamental, ou a energia do vácuo ou ainda termos de curvatura de ordens altas devido a campos quânticos. No entanto, com os recentes dados obtidos pelo satélite Planck em 2013, somente alguns modelos do cenário inflacionário foram