Mito
Segundo o autor, mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. O mito é importante pelo seu objeto, mais que por sua forma. O objeto do mito é o fantástico, aquilo que pela incapacidade de ser analisado de modo mais profundo ou de quaisquer modo, dá explicação a eventos ou circunstâncias que se perderam no tempo. Todo mito fala de situações que se perderam no tempo. Refere-se como exemplo o mito da criação do planeta e seus habitantes. A ciência data o planeta em aproximadamente 6,5 bilhões de anos e qualquer tentativa de afirmar como tudo se deu, torna-se mito. Mito também é a forma de falar sobre a relação dos homens com seus deuses. Nesse aspecto o mito versa sobre o imaginário. Um universo que existe na mente dos seres humanos apenas. Normalmente associa-se o termo mito com inverdade, porém é importante anotar que a mentira é diferente de quando se tenta discursar sobre o imaginário. Os fatos são reais na perspectiva de quem conta e não uma mentira. Mentira é quando é sabido que tais fatos não ocorreram e insiste-se em afirmar. Outro ponto interessante de se observar é que os mitos falam com mais precisão da natureza de quem conta do que do seu objeto de análise, daí a importância dos mitos para a humanidade. Um mito ensina o pensamento de um povo, fala de sua cultura, de seu modo de pensar e interagir. Fala de sua religiosidade e fé. Quando estuda-se um mito, pode-se encontrar mais do povo ou cultura de onde origina-se do que do fato em questão. Muitas vezes, analisando um mesmo evento, surgem mitos diferentes. Tão diferentes quanto são as culturas que as perpetuam. Pode-se exemplificar o mito do dilúvio, que é contado na história de quase todas as civilizações conhecidas e passadas.
No contexto antropológico, os mitos nos dizem algo válido sobre a maneira pela qual o homem se compreende. É essa substância do mito que importa ser considerada. Os mitos não nascem visando explicar ou afirmar qualquer