Mito Grego
O jovem Faetonte, criado pela mãe, desconhecia quem fosse seu pai. Um dia, ela lhe contou quem ele era: o Sol. Desejando comprovar se a revelação era verdadeira, Faetonte foi até a morada daquele astro, um palácio brilhante de ouro, prata e marfim. Depois de narrar o acontecido, disse-lhe:
— Ó luz do mundo imenso, se minha mãe não está mentindo, dê-me uma prova de que sou mesmo seu filho! Acabe de uma vez com essa minha dúvida!
O Sol tirou da cabeça os raios que brilhavam para poder abraçar o filho. Depois de tê-lo abraçado, disse:
— Para que não tenha dúvida de que sou seu pai, peça o que quiser, e eu lhe darei. Juro pelo rio dos Infernos, o Estige. Esse é o juramento que obriga os deuses a cumprirem sua palavra.
Faetonte, então, pede ao pai que lhe deixe guiar seu carro, que era puxado por cavalos alados. O pai se arrependeu da promessa, mas não podia voltar atrás. Tentou fazer o filho desistir da idéia:
— Você é um mortal e o que está pedindo não é para mortais. Só eu posso dirigir o carro que leva o fogo do céu. Nem Zeus poderia fazer isso. Que espera encontrar nos caminhos do céu? Você passará por muitos perigos: os chifres da constelação de Touro, o arco de Sagitário, a boca do Leão. Além disso, há os cavalos, difíceis de domar, soltando fogo pela boca e pelas ventas. Peça outra coisa, filho, e se mostre mais sensato nos seus desejos.
Mas Faetonte não queria ouvir os conselhos do pai, que foi obrigado a satisfazer àquele pedido. Levou o rapaz ao carro. Era todo feito de ouro, prata e pedras preciosas. Faetonte olhou-o cheio de admiração. Eis que no Oriente a Aurora começou a tingir o céu de rosa. O Sol ordena às Horas velozes que atrelem os cavalos ao carro. Depois, passa uma pomada divina no rosto do filho, põe os raios ao redor da sua cabeça e profere estas recomendações:
— Não use o chicote e segure as rédeas com firmeza. Os cavalos correm espontaneamente; o difícil é controlá-los. Cuidado para não se desviar da rota.