MITO FUNDADOR E SOCIEDADE AUTORITÁRIA
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RESENHA DE MITO FUNDADOR E SOCIEDADE AUTORITÁRIAGRADUANDO EM CIÊNCIAS SOCIAIS - UFPA
A sociedade brasileira é resultado de um mito criado pelas elites intelectuais do país, capaz de mantê-la unida no longo processo de formação da nação. É com essa perspectiva que Marilena Chauí trabalha nessa obra. Segundo a autora, se criou historicamente no Brasil uma idéia positiva deste país que ficou presente nos corações e mentes das pessoas, obnubilando as questões políticas propriamente ditas.
Brasil: mito fundador e sociedade autoritária”, de Marilena Chauí, livro escrito por ocasião do Brasil 500, trata de trazer à tona, desvendar, desconstruir e esclarecer o “mito Brasil”, presente no nosso imaginário não por mero acaso. Será verdade que o Brasil é um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”, com um povo pacífico, ordeiro e tolerante e uma História honrosa?! São essas “verdades” cristalizadas no imaginário, nosso e do mundo, bem como a construção dessa imagem, que a autora busca analisar.
Em uma primeira parte, “Com fé e orgulho”, Marilena Chauí expõe as idéias que vão ser analisadas no livro e esclarece o que se quer dizer com mito fundador: mito não só no sentido etimológico, de narração de acontecimentos lendários, mas também no sentido antropológico, de solução imaginária para tensões; fundador por trazer um vínculo com um passado de origem, do qual não há nunca desvinculação.
Em “A nação como semióforo” (signo indicativo de algo não-material, simbólico), a autora discute o conceito de nação enquanto construção histórica e ideológica bastante recente, obtendo o significado que lhe atribuímos hoje somente por volta de 1830. Para tanto, Marilena Chauí analisa a história do uso de 2 termos: nação (inicialmente um conceito “biológico”, indicando tão somente pessoas que vivem num mesmo local) e pátria (termo usado antes de nação enquanto Estado-nação, muito ligado a figura de um chefe – pater – e à idéia de patrimônio, mas que, a