Minha patria é lingua portuguesa
Há valores que em épocas diferentes da história da humanidade marcaram as relações entre os homens, impondo, umas vezes, a mais salutar convivência e , outras, a confrontação mais sangrenta entre nações, povos ou etnias, esta última nascida, muitas vezes, de interesses imediatos de grupos que levavam a elite dirigente a optar pela guerra como o meio mais seguro para a garantia desses interesses.
Nos termos actuais, vemos, felizmente, surgirem novas correntes no relacionamento entre povos, inspiradas não só na preservação de interesses económicos herdados do passado, mas também procurando valorizar a componente humana desenvolvida no relacionamento entre povos.
Uma das primeiras consequências desse relacionamento é o facto de haver hoje no mundo, um número significativo de povos que, para além de um conjunto de afinidades de natureza cultural e, sobretudo, sentimental, falam a mesma língua e, mesmo em casos da existência de uma outra língua materna, é essa a língua da unidade e, segundo disse Amílcar Cabral, referindo-se ao português, a grande riqueza deixada pelo colonialismo, como instrumento de desenvolvimento.
Tudo isto é o resultado de séculos de convivência entre comunidades muito diferenciadas e geograficamente dispersas e pode-se constatar que a ideia de Lusofonia ultrapassa a da junção de interesses de vários povos que em tempos foram colonizados pelos portugueses, pertencendo também ao espaço lusófono todas as comunidades espalhadas pelo mundo que falam e pensam em português. Que como dizia Pessoa, sentem que a “Minha Pátria é a língua Portuguesa”... Foi na base desta preciosa herança comum que nasceu e se está a impôr o conceito de Lusofonia, havendo já projectos para reconhecimento da cidadania lusófona que ultrapassam a mera intenção, para se situar em fóruns onde são discutidas modalidades para aplicação desse princípio.
No mundo em que vivemos, onde está subejamente provado que nenhum povo pode arrogar-se a pretensão de