Militariza o na Am rica Latina
Francisco de Goya - Los Fusilamientos de Príncipe Pio, 1814.
Para uma compreensão mais ampla sobre o processo de militarização na América Latina deve-se observar o movimento histórico com afinco, pois desde o século XIX, essa processualidade sofreu inúmeras mudanças da disputa das classes burguesas no comando dos meios de produção e reprodução da vida. Após as independências, a luta constante foi, sistematicamente, contra as resistências dos colonialistas, para liquidar todas as ameaças que o poder das antigas oligarquias demonstrava aos novos grupos e, logo depois, de introduzir as oligarquias mais atrasadas num novo cenário.
No século XX a crise de mercado para os produtos primários de exportação, e isso já no início do século, impulsionou grandes problemas dentro das oligarquias agrárias. Paralelamente à crise, os movimentos sociais avolumaram-se diante dessas oligarquias. Para sanar tais problemáticas, os militares formaram o instrumento de guarda dos interesses estabelecidos, assim sendo tornam-se tiranias.
O processo de urbanização trouxe à tona uma burguesia industrial, incipiente e atrelada ao capital das oligarquias agrárias, que promoveu uma nova cena de ampliação da exploração do capital. Desses grupos militares surgiram os líderes dos movimentos antioligárquicos.
Os militares à frente do poder representavam-se pela hierarquia dos postos de oficiais, comandando os postos-chaves do governo, com o poder executivo fortalecido e centralizado. Portanto, essa presença dos militares no governo não foi dada pela passagem do puramente militar ao político, mas a sobrepujada força que os militares exerceram sobre o aparelho estatal. Essa forma de governo pode ser assumida declaradamente de regime militar, totalmente notória, ou assumir formas medializadas, na qual os militares exercem um controle nos bastidores.
Existe o conceito de Estado de Exceção, uma terminologia muito discutida, pois tenta apontar o Estado