Com a migração da sociedade rural para o setor urbano, tivemos um desordenamento e uma sobrecarga no que se diz respeito a mão de obra nas principais cidades do Brasil. As mulheres foram o lado frágil e as mais prejudicadas com essa migração, pois tinham uma área limitada de atuação, para as mulheres a escassez de trabalho no meio do século 20, eram enormes, pois tínhamos a cultura de reserva-las a serviços domésticos como, lavar, passar, limpar, arrumar, etc. É nesse período que temos o a introdução e a participação da figura das domésticas modificando o quadro social nas inúmeras famílias do Brasil. Era muito comum nos principais interiores à espera da maturidade da mulher (e muitas vezes nem se dava esse tempo) para ida pra cidade grande, com intuito de trabalhar nos afazeres de uma determinada casa, na maioria das vezes a mulher que estava a desempenhar essa tarefa já tinha uma casa certa para trabalhar, acordo feito geralmente por alguém da sua própria família, um pai ou um tio, alguém que tivesse contatos com a cidade grande, era ele que fazia todo o processo, desde de encaminha-la do interior pra cidade, até o acordo financeiro entre as partes. Essa abertura se deu muito por uma crença de que na cidade grande está o progresso, e foi esse caminho que levou mulheres, adolescentes e até mesmo crianças pra cidade em busca de trabalho, e melhores condições de vida. A sua chegada na casa de trabalho era recebida por olhares curiosos, roupas pouco usuais na cidade, características na linguagem, foram alguns dos fatores que despertaram essa curiosidade. Levava um bom tempo para as mulheres, se acostumarem com a casa, com cidade e seus costumes, mas uma coisa era certa com sua chegada, no mesmo dia ela já entrava na rotina do trabalho, na sua maioria eram casas compostas por pai mãe e filhos, mães acabavam que ficando muito atarefadas com a dupla rotina de cuidar da crianças e do afazeres domésticos, e contratavam as domésticas que não tinham esse