meu deus
A palavra escrita é o instrumento mais eficiente para a expressão e a fixação da cultura e dos conhecimentos de uma sociedade. Com absoluta certeza, a leitura constitui a mais importante atividade de aquisição de saberes. Um livro é um professor à disposição, em qualquer lugar e horário.
VOCÊ SABE LER? A pergunta pode parecer óbvia, mas será mesmo que você sabe ler de maneira produtiva? A leitura não é algo automático que se aprende de uma hora para outra. Trata-se de um processo que envolve habilidades.
Pois a leitura é igual à musica. Para que a leitura dê prazer é preciso que quem lê domine a técnica de ler. A leitura não dá prazer quando o leitor é igual ao pianista: sabem juntar as letras, dizer o que significam – mas não têm o domínio da técnica. O pianista dominou a técnica do piano quando não precisa pensar nos dedos e nas notas: ele só pensa na música. O leitor dominou a técnica da leitura quando não precisa pensar em letras e palavras: só pensa nos mundos que saem delas; quando ler é o mesmo que viajar (ALVES, 1999, p. 64).
A técnica de leitura tem uma questão óbvia e fundamental: exercício, muito exercício. Muitas vezes escutamos pessoas falarem sobre a dificuldade que têm para escrever um texto: não será a falta de leitura um dos problemas para os problemas de redação?
Ler pode ser uma fonte de alegria. “Pode ser”. Nem sempre é. Livros são iguais à comida. Há os pratos refinados [...], que começam por dar prazer ao corpo e terminam por dar alegria à alma. E há as gororobas, mal cozidas, empelotadas, salgadas, engorduradas, que além de produzir vômito e diarreias no corpo produzem perturbações semelhantes na alma. Assim também os livros.
Ler é uma virtude gastronômica: requer uma educação da sensibilidade, uma arte de discriminar os gostos. O chef prova os pratos que prepara antes de servi-los. O leitor cuidadoso, de forma semelhante, prova um pequeno canapé do