metrooi
1370 palavras
6 páginas
Urupês – Jeca TatuMonteiro Lobato
Escrito por Monteiro Lobato, publicado em 1918, o livro Urupês possui quatorze contos, sendo o último o conto título da obra. O livro marca a estreia de Monteiro Lobato e tem como ênfase a vida cotidiana no Vale do
Paraíba, interior paulista. Além disso, se afasta das características que traziam as demais obras do romantismo da época, contendo um objetivo mais simples, prático e direto, com críticas às imagens construídas por esse estilo.
Com essa mudança estilística Lobato introduz o modernismo.
O ultimo conto da obra, nomeado Urupês narra a história de Jéca Tatu, personagem famoso de
Monteiro Lobato por suas características caipiras, de vida simples no campo. Traz uma visão depreciativa e critica o caboclo brasileiro (aquele que provém da mistura da raça branca com a indígena), reforçando a contrariedade do autor à boa imagem que o romantismo de Jose de Alencar carrega dessa classe. “Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!”.
Jeca Tatu é um caboclo, que vive na cidade mantendo seus costumes de origem indígena, como viver em uma cabana de palha e barro, ter como alimento apenas aquilo que se planta, comer com as mãos e tratar as doenças com plantas e superstições. Para enfatizar essa ligação entre o
Jeca e os índios Monteiro Lobato usa de termos
A depreciação da personagem começa em sua descrição física, na qual Lobato o caracteriza por estar sempre de cócoras e com os calcanhares rachados, e a conclusão que podemos obter do conto é a de que Jéca Tatu é um indivíduo cujo país a que pertence deveria se desfazer, por não contribuir para desenvolvimento do mesmo, uma vez que vive somente da natureza, não possui consciência política nem econômica - “Em matéria de civismo não sobe de ponto.”. Por fim se justifica o nome dado ao conto, “o caboclo é o sombrio urupê de pau podre a modorrar silencioso no recesso das grotas”, sendo urupê uma espécie de fungo