Metodologia cientifica
GADOTTI, M. Ação Pedagógica e Prática Social transformadora. IN: Educação e Poder. 14º edição. São Paulo: Cortez, 2005.
FICHAMENTO
Não há sociedades estáveis ou estáticas. Por oposição às sociedades
primitivas, cuja estabilidade social era notavelmente superior às modernas, estas caracterizam-se pela mudança. Naquelas, a educação exercia papel
eminentemente conservador, reproduzindo valores, cultura e estágio do seu progresso técnico e científico. Nestas, a mudança e a transitoriedade são elementos fundamentais (p.65) Sem querer fazer uma teoria da mudança, válida para todas as situações,
poderíamos dizer, de maneira geral, que duas correntes principais monopolizam as tendências de mudança: uma seria reformista e outra revolucionária. No primeiro caso a possibilidade de uma verdadeira mudança seria sacrificada em função de pequenas e sucessivas adaptações que garantiriam a continuidade de um projeto social que ficaria amarrado ao passado. Só no segundo caso é que se pode falar da mudança. Esta incluiria três momentos decisivos: o conflito, a ruptura e a alternância de poder. A ruptura seria o divisor de águas entre o período social pré-revolucionário e um período pós-revolucionário. Se no primeiro caso, as inúmeras adaptações (secundárias) não põem radicalmente em questão o poder e a estrutura da sociedade, neste, o poder e a estrutura social são elementos fundamentais para operar qualquer mudança significativa (p.66). Até aqui, praticamente, procuramos demonstrar a necessidade e a
possibilidade de uma intervenção pedagógica. A mudança se opera por ato de decisão dos homens (juntos), desde que conheçam o mecanismo básico das transformações históricas. De Marx diz-se que fez apenas uma grande descoberta. Ele descobriu o Continente História, acrescentando-o ao Continente Física e ao Continente Matemática. Descobriu que a história de todas as sociedades fora até então a história de luta de classes. Isso equivale a