Mercosul
DA INTEGRAÇÃO REGIONAL
Ricardo Dattiein*
Assistimos atualmente a uma retomada de processos de integração econômica, tanto no mundo desenvolvido quanto no subdesenvolvido, alguns com consideráveis avanços e outros com inúmeras restrições. Na América Latina, temos o Grupo Andino, o Mercado Comum Centro-Americano e a ALADI com muitas dificuldades para progredir; o México aliando-se ao norte no Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA), mas ainda sem que se tenha maior clareza sobre as perspectivas futuras desse acordo; e o MERCOSUL, apresentando atualmente os maiores avanços. Além disso, estão ocorrendo várias iniciativas de acordos bilaterais de liberação comercial.
Esse processo ocorre concomitantemente ao avanço de teses e políticas liberais, que se concretizam em abertura comercial e em recuo da posição econômica do Estado, principalmente. Na América Latina, a integração econômica possui condicionantes nacionais e internacionais no presente momento. Os condicionamentos nacionais provêm de uma crise econômica prolongada e de um entendimento de que o modelo de industrialização via substituição de importações se esgotou, e, por isso, é necessária uma nova estratégia de desenvolvimento, da qual a integração pode ser parte. Mas nas iniciativas governamentais não fica claro se a integração é uma alternativa consciente de saída para a crise estrutural.
Como condicionantes internacionais, podem-se citar a crescente marginalização econômica da América Latina, o risco de que a integração no Primeiro Mundo leve nossa região a um ainda maior isolamento econômico, o peso das propostas liberais que incentivam um determinado modelo de integração, a crescente internacionalização econômica, que impõeum menor poder de regulação nacional, e até a própria tendência à imitação frente a modelos bem-sucedidos no Primeiro Mundo. A perspectiva de negociações bloco a bloco, por outro lado, permite antever dificuldades para os