Mensalão
Flávia D’Angelo e Eduardo Bresciani, de O Estado de S.Paulo
No décimo dia de julgamento do mensalão os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouviram as sustentações orais das defesas dos três últimos réus. Os advogados de Duda Mendonça, de Zilmar Fernandes Silva e de José Luiz Alves alegaram na tribuna que seus clientes não só não sabiam do esquema como não tinham conhecimento da origem ilícita do dinheiro. Na segunda parte da sessão, os ministros dedicaram o tempo a tratar das questões preliminares alegadas pelos advogados de defesa durante as sustentações. A Corte avaliou e negou praticamente todas, exceto a preliminar de Carlos Alberto Quaglia, que teve os advogados trocados no meio do processo e teve a sustentação feita por defensoria pública. A Corte entendeu que os seus argumentos eram válidos e anulou o seu processo, enviando ao juízo de primeiro grau para que seja retomada desde a defesa prévia. Entre as preliminares, o STF também rejeitou a inclusão de Lula no processo.
A primeira a falar foi a defesa de José Luiz Alves, ex-chefe de gabinete do ex-ministro Anderson Adauto. Segundo a argumentação do advogado, Alves admitiu quatro saques de recursos do valerioduto, mas negou a prática de lavagem de dinheiro. O advogado Roberto Pagliuso afirmou que Alves agiu por ordem do chefe e que para eles a origem de dinheiro era o PT e não algum esquema criminoso. “O ministro solicitou a ele sacar recursos no Banco Rural para saldar dívidas de campanha. A origem era o PT”, disse o defensor.
A defesa de Duda Mendonça alegou que Duda foi induzido a abrir um conta no exterior para o recebimento do dinheiro a ser pago pelo PT. “Qual o poder intimidatório de Duda para pedir o recebimento no exterior? Isso não parece que tenha sido exigência do devedor? Vamos nos colocar uma vez no lugar do pagador do serviço. Quem tem a chave do cofre?”, questionou o advogado Luciano Feldens.
Já a defesa de