Memórias de subsolo e taxi driver
No filme Taxi Driver encontramos do inicio ao fim uma atmosfera de solidão, EM QUE
o diretor utiliza recursos cinematográficos de maneira diferenciada, sempre focados
em nuances do que Travis Bickle sentia. Martin Scorsese nos passa uma ideia de que
os sentimentos do personagem Travis, também são nossos. Cada olhar do personagem,
cada suspiro é mostrado de tal forma que envolve a pessoa que está assistindo. Porém
na trama, estes “moods” são retratados de uma maneira maximizada.
Assim como a obra de Dostoiévsky, MEMÓRIAS DO SUBSOLO (que inspirou o autor
Paul Schrader ao escrever o roteiro), Taxi Driver se trata de uma obra existencialista,
pois tanto o homem do livro quanto Travis estão em crise por compreenderem o quão
mesquinho, sujo e marginal é o mundo em que vivem e são personagens de histórias
nas quais o leitor da obra entra em contato diretamente com o sentimento gerador da
mesma. Os dois personagens se julgam melhores do que o mundo em que vivem, são
vaidosos e vítimas da negação de sua parcial passividade (seus limites) demonstrando
Essa negação se dá porque, ao reconheceR que seus atos tÊm uma finitude,
consequentemente reconhecerá que é um homem comum, a mercê dos limites impostos
O espectador pode notar a presença do livro “Memórias de Subsolo” durante toda
a história, desde uma sequência de cenas descontínuas, até o repúdio à sociedade
alimentando o circulo de ódio em que o personagem vive. Aliás, Travis vai além
do “homem do subsolo” pois não só repudia certos nichos sociais que considera
marginais, como também não consegue manter contato corporal(ao contrário do
personagem de Dostoiésvki que ia a prostÍbulos, tendo assim um contato físico com
estas pessoas). Além disto, no filme você pode constatar o uso quase abusivo de cores
intensas e densas, que conseguem transparecer a característica pesada do sentimento que
o personagem alimenta durante toda a