MEMBRANAS CELULARES
Mark S. Bretscher
Scientific American
As moléculas da membrana celular formam, espontaneamente, um líquido bidimensional que controla o que entra e o que sai da célula. Algumas células internalizam e então reciclam uma área de membrana equivalente a toda a sua superfície em menos de uma hora.
A organização da atividade química em todas as células dos organismos superiores depende em grande parte da compartimentalização criada por suas membranas biológicas.
As unidades básicas das membranas são uma classe de moléculas chamadas de lipídeos, que devido as suas interações entre si, em um meio aquoso, formam um compartimento fechado e flexível. Embebidas na matriz lipídica estão diferentes tipos de proteínas, que dão a cada tipo de membrana sua identidade e exercem suas funções específicas. A função primária de todas as membranas é de separar o que está dentro do compartimento da membrana, do meio do lado de fora. Dentro da célula, por exemplo, membranas servem para isolar as reações químicas que ocorrem dentro de cada organela intracelular. A célula por sua vez é encapsulada por sua própria membrana celular: a membrana plasmática. A membrana plasmática é a membrana mais bem estudada, e a maior parte desta discussão será dedicada a ela.
Evidentemente, se nutrientes devem entrar na célula ou se restos de materiais devem deixá-la, os materiais devem de alguma forma atravessar a barreira criada pela matriz lipídica da membrana plasmática. Este tráfego é geralmente feito por proteínas globulares que atravessam a membrana plasmática e catalisam a transferência de nutrientes específicos e restos moleculares. Algumas das moléculas de nutrientes requeridas pelas células de eucariotos são muito grandes para serem transportadas dessa forma através da membrana.
Para tal, certas moléculas de receptores protéicos, ancorados pela sua cauda na membrana plasmática, se ligam a estes nutrientes do meio extracelular. Num processo