OUTROS TÓPICOS SOBRE REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA
As consequências transversais da remuneração variável
De fato, a remuneração variável traz consequências nem sempre tão positivas para os colaboradores e principalmente para a organização, na opinião de muitos autores.
Nesse sentido, conforme CORTONI (2006) existe uma lógica maior por trás da ferramenta chamada remuneração variável, que deu condições para que ela aparecesse com peso e legitimidade no contexto organizacional: a lógica financeira. Ou o resultado financeiro aparece e é o grande objetivo a ser produzido, ou nada fará sentido na empresa. Parece uma lógica reducionista, porém tem sido difundida como o sentido da existência organizacional e da sobrevivência. CORTONI (2006) chama a atenção para o fato de que até os anos 90 uma movimentação vertical ascendente ou promoção, era a grande aspiração de todo funcionário, assim como segurança no emprego, reconhecimento, autoestima positiva e autorrealização.
Porém, deve-se concentrar a crítica no impacto desta ferramenta sobre a performance e o ligamento da pessoa com seu trabalho. A compensação financeira provoca saltos significativos no desempenho das pessoas, mas não consegue sustentá-la em alta por tempos muito longos. Esse tipo de recompensa condiciona o aumento da produtividade à sua presença; na sua ausência, a esforço despendido cai de frequência e tende a desaparecer. Será necessário ganhar sempre para que o rendimento superior se sustente, e quando o ganho não vem, a relação de estabilidade é discutida. Desta forma, o que se apresenta como desafio é como garantir ambientes de alta performance e de vínculos compromissados entre pessoas e empresa com as restrições da mais poderosa recompensa utilizada hoje: o dinheiro.
No mesmo ponto de vista, GOMES (2006) lembra que grandes discussões cabem em relação ao valor motivacional do salário, mas os dados que demonstram o grau de importância atribuído à questão da remuneração apontam sem dúvida para o cuidado que as