Medicina
O diagnóstico da prenhez ectópica apresentou grande evolução nos últimos 20 anos. A introdução da dosagem da subunidade beta da gonadotrofina coriônica (beta-HcG) e de métodos ultrassonográficos transvaginais de alta resolução, têm permitido o diagnóstico preciso e precoce da gestação ectópica antes do desenvolvimento de um quadro clínico grave.
Com o advento de terapêuticas conservadoras, um diagnóstico precoce deste evento torna-se ainda mais importante, evitando, por vezes, a realização de cirurgias desnecessárias.
A história natural da gestação ectópica pode variar. Em alguns casos há regressão do trofoblasto, e uma gestação ectópica inicial pode caminhar em processo de resolução espontânea, não sendo necessário nenhum tipo de intervenção. Em outros casos, em pacientes assintomáticas e clinicamente estáveis, sem sinais de hemorragia intra-peritoneal ou massa anexial, pode ocorrer uma ruptura súbita e choque hipovolêmico.
2. História natural da prenhez tubária
Aborto tubário
A chance de ocorrer um aborto tubário depende, em parte, do local de implantação do zigoto. O aborto tubário é comum na região da ampola, enquanto a ruptura é freqüente na região ístmica.
Pode ocorrer sangramento de intensidade variada na cavidade peritoneal proveniente da extremidade fimbriada tubária. Quando esta extremidade está ocluída, a tuba uterina pode se distender gradualmente, formando um hematossalpinge.
Ruptura tubária
Pode haver ruptura das tubas uterinas em vários locais. De uma forma geral, quando a ruptura ocorre precocemente, nas primeiras semanas de gestação, o sítio de implantação é geralmente a região ístmica da trompa. Quando o zigoto implanta-se na porção intersticial, a ruptura ocorre mais tardiamente.
A ruptura tubária tende a ocorrer espontaneamente, mas pode estar associada à relação sexual e ao exame ginecológico bianual. A mulher geralmente apresenta sinais de choque hipovolêmico rapidamente se não houver uma