medicina em capitães de areia
Trapiche
Sob a lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem.
Uma grande parte dos capitães de areia dormia no velho trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a lua amarela.
Um dia em que teve um abscesso na perna o rasgou friamente a canivete e na vista de todos o espremeu rindo sem pernas
Por vezes morria de molestia que ninguem sabia tratar. Quando calhava vir o padre José Pedro, ou a mãe de santo Don Aninha ou tambem o querido de Deus, o doente tinha algum remedio.
Variola:
JORGE AMADO MOSTRA a bexiga como um velho conhecido da população, sempre assombrando as terras da Bahia. Devastando os bairros mais miseráveis, retrata o descaso das autoridades com os mais pobres e a precariedade dos serviços de saúde.
Em Tereza Batista Cansada de Guerra, é bexiga negra, “determinada a matar, fazendo-o com maestria, frieza e malvadez, forte, feia e ruim”, mas que acaba derrotada pela solidariedade e coragem dos marginalizados. EmCapitães de Areia, Omolu manda a varíola para se vingar dos ricos, mas como estes estavam vacinados, transforma-a em “alastrim, bexiga branca e tola”.
“...que sabia Omolu de vacinas? Era uma pobre deusa das florestas da África. (...) Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava.”
Numa crônica em que conta uma visita ao Hospital São Sebastião,
“grande forno da peste sangrenta”, João do Rio relata seu horror, quando se defronta com a desfiguração causada pela varíola:
“Eu tinha diante de mim um monstro. As faces inchadas, vermelhas e em pus, os lábios lívidos... Era como se aquela face fosse queimada por dentro e estalasse em empolas e em apostemas a epiderme. Quis recuar, quis aproximar-me (...)
Há epidemia, oh! sim, há epidemia! E eu tenho medo, meu amigo, um grande, um desastrado pavor...”
“Para o povo, porém, a bexiga de canudo era uma espécie mais virulenta ainda de varíola, a mais terrível, dita a mãe da