MECANISMOS BAROCLÍNICOS DE ACUMULAÇÃO DE SEDIMENTOS EM ESTUÁRIOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA - COPPE
PROGRAMA DE ENGENHARIA OCEÂNICA - PENO

Disciplina: Modelo de Transporte de Sedimentos
Prof.: Susana Vinzón

MECANISMOS BAROCLÍNICOS DE ACUMULAÇÃO DE SEDIMENTOS EM ESTUÁRIOS

Carla de Paula Xavier Vilela

Rio de Janeiro, junho de 2008

I INTRODUÇÃO
O transporte de sedimentos finos coesivos, especialmente em estuários e águas costeiras, é um processo complexo envolvendo um forte acoplamento entre marés, circulação baroclínica e os processos de floculação e defloculação das partículas e agregados de partículas em suspensão (Hayter et al., 2006). Nos estuários de maré a quantidade de sedimentos em movimento pode ser bastante alta mas, devido à sua natureza oscilatória, o transporte líquido de sedimentos pode ser pequeno. Assim, esperam-se escalas de tempo da evolução do fundo muito maiores que o período de maré
(Cancino e Neves, 1999).
Na maioria dos estuários parcialmente misturados e bem misturados, observa-se uma zona de turbidez máxima na região de alcance da baixa salinidade Esta concentração de partículas ocorre comumente próximo ao limite águas acima da intrusão salina, e tem sido atribuída à circulação residual devido à densidade (Cancino e Neves, 1999b; Jay e Musiak,
1994). A descarga fluvial é fonte de estratificação vertical, enquanto a turbulência gerada pela maré tende a destruí-la. Deste modo, a região de turbidez máxima move-se corrente abaixo com o aumento do fluxo do rio e corrente acima com o aumento da amplitude da maré. A ressuspensão e transporte induzidos por maré também podem ser um mecanismo de formação de zonas de alta turbidez em estuários, através da ressuspensão de sedimentos por tensões de fundo. O transporte residual nessas áreas depende da assimetria da maré, através de uma resposta não-linear da tensão de cisalhamento à velocidade, sendo esse efeito especialmente importante em