Formação Capitalista no Brasil
No século XIX, com o processo de independência política do país, a abolição da escravidão e a consequente emergência do trabalho livre, contribuíram para a constituição de grandes desalinhos na formação brasileira, visto que as mudanças jurídico-políticas não produziram as alterações socioeconômicas necessárias para a construção de uma ordem social competitiva.
A inclusão da economia brasileira no mercado mundial vicejado pelo sistema capitalista é analisada em suas diversas faces. A modernização que se configuraria para um país posicionado na periferia do processo civilizatório levaria à formação de uma sociedade de classes duplamente dependente, pois os rumos de sua economia encontravam-se umbilicalmente vinculados aos interesses e desígnios dos países ricos, bem como seu desenvolvimento sociocultural impossibilitado de se construir de forma autônoma.
A reedição de Sociedade de classes e subdesenvolvimento é muito oportuna, tendo em vista que no momento atual a nação brasileira assiste às tentativas dos poderes públicos de estabelecerem dispositivos com o intuito de corrigir as desigualdades socioeconômicas criadas no âmbito do capitalismo brasileiro.
Industrialização e Formação da Sociedade de Classes
O processo de industrialização do Brasil esteve ligado ao desenvolvimento da economia cafeeira no Estado de São Paulo. Uma das razões da industrialização foi a introdução do trabalho livre, com o grande surto migratório que o país viveu no século XIX, o que gerou um mercado consumidor de produtos industriais.
Segundo Vita (1989, p. 137), a forma como se organizaram os negócios do café