Mecanica
HISTÓRICO E “ESTADO DA ARTE”. Os grandes desafios enfrentados pelos países estão hoje intimamente relacionados com as contínuas e profundas transformações sociais ocasionadas pela velocidade com que têm sido gerados novos conhecimentos científicos e tecnológicos, sua rápida difusão e uso pelo setor produtivo e pela sociedade em geral. Atualmente, as complexas demandas das sociedades modernas são atendidas por tecnologias crescentemente resultantes da aplicação de conhecimentos científicos. A partir da busca e a apropriação sistemática, e bem sucedida, de conhecimentos científicos para a produção de tecnologias, que passou a acorrer em larga escala no século dezenove, o conhecimento científico deixou de ser um bem puramente cultural, para tornar-se, crescentemente, o principal insumo para o sucesso econômico. Neste contexto insere-se a engenharia. De maneira muito sintética, pode-se afirmar que o engenheiro deve ser preparado para, durante toda a sua vida profissional, gerar, aperfeiçoar, dominar e empregar tecnologias, com o objetivo de produzir bens e serviços que atendam, oportunamente, as necessidades da sociedade, com qualidade e custos apropriados.
1. O ensino de engenharia no Brasil – seus primórdios e durante o século XIX.
A referência mais antiga ao Ensino de Engenharia no Brasil foi em 1648-1650, quando o holandês Miguel Timermans foi contratado para ensinar sua arte e ciência (TELLES 1994). Porém, o primeiro ensino formal de engenharia, no país, foi a Academia Real Militar, criada em 4 de dezembro de 1810, pelo príncipe Regente (futuro Rei D. João VI), substituindo a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, instalada em 17 de dezembro de 1792. A Academia Real Militar foi a primeira escola a funcionar nas Américas e a terceira no mundo, responsabilizava-se pelo ensino das ciências exatas e engenharia em geral. Formava não só “oficiais para as armas”, mas também “engenheiros