MEB Sposito apendice
Estado do Rio de Janeiro, que sua cultura ganhou importância no decorrer do século XIX, tendo, em seguida, se expandido pelo território paulista, primeiramente pelo Vale do Paraíba, em continuidade à área de plantio fluminense e, em seguida, na região de Campinas, onde as lavouras se iniciaram, por volta de 1835 (SIMONSEN, 1973, p. 175-191).
Embora não haja consenso, entre os autores, sobre qual, dentre diferentes fatores, teve prevalência no desenvolvimento da industrialização paulista175, não há dúvidas de que a expansão da economia cafeeira desempenhou papel importante nesse processo:
Em resumo, a subordinação da indústria ao café manifesta-se de diferentes formas. A primeira subordinação dessa indústria nascente manifesta-se pela procedência do seu capital, no que se denominou
capital
cafeeiro:
capitais
excedentes
das
atividades cafeeiras – tanto nos períodos de auge como de declínio – que “vazam” para várias atividades da economia cafeeira – comércio, banco e ferrovia. A segunda subordinação está na incipiente produção de bens de capital e intermediários, fato que implica a necessidade de importá-los e são as exportações de café que fornecem as divisas suficientes para financiar suas importações. A terceira subordinação refere-se à
175
Nas primeiras páginas do texto de Mamigonian (1976), há uma excelente síntese das diferentes interpretações sobre a gênese da industrialização paulista, com a citação de um grande número de obras em que a questão é tratada. Voltaremos a esse debate, ainda que de forma resumida, no item 1.2.
incipiência do mercado urbano: na verdade é a expansão que gera direta ou indiretamente os mercados da indústria. Em menor escala, a quarta subordinação refere-se ao mercado de mão-deobra para a indústria nascente, que também se formou com a imigração em massa patrocinada pela economia cafeeira.