mausoleu de galla placidia
Estilo
O estilo dos mosaicos figurativos é uma derivação direta da pintura mural da Roma tardo-imperial, a qual por sua vez era herdeira da antiga tradição grega de pintura, transição intermediada pelos artistas do helenismo. O desenho das figuras, claro e bem delimitado, ainda guarda muito da nobreza e naturalidade clássicas e dos recursos ilusionísticos de tridimensionalidade comuns à arte romana tardo-imperial, que em seguida se perderam para a arte do ocidente, contrapondo-se a mosaicos romanos e milaneses da mesma época realizados em uma técnica impressionística, onde a cor predomina sobre a linha. Várias de suas características são exemplos perfeitos da apropriação pelos primeiros cristãos das formas, símbolos e maneiras de representação pagãs. Se o Mausoléu foi mesmo obra de Gala, é possível que o programa iconográfico, tão perfeitamente unificado, reflita a influência de seu conselheiro espiritual, São Pedro Crisólogo. A pertença a uma tradição figurativa anterior não impediu, porém, que o estilo geral das figuras constituísse uma síntese nova daquelas referências, que se tornou uma marca registrada da arte de Ravena.[4] Seus padrões florais e abstratos, por sua vez, traem uma influência da arte sassânida e das sedas decoradas do oriente, mas vários estudiosos afirmam que eles não são apenas embelezamento de espaço vazio, e carregam um rico simbolismo próprio, interpretado de variadas maneiras.[4][22][23]
A escolha do mosaico como técnica decorativa se deve à influência de Constantinopla, onde eles já eram favorecidos. Além disso, Ravena, como sede do governo imperial, atraiu os melhores artistas, o que