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A causa ainda é desconhecida, embora haja um componente genético envolvido, mas os sinais são lamentavelmente visíveis: a anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por restrição alimentar voluntária e busca incansável de perda de peso, com uma distorção da auto-imagem corporal - mesmo magérrima, a pessoa anoréxica se sente gorda e faz exercícios compulsivamente para emagrecer. É uma doença grave, com a maior taxa de mortalidade entre os distúrbios psiquiátricos: entre 5 e 20%.
A anorexia tem sinais pré-clínicos comuns, aparentemente genéticos, que aumentam a vulnerabilidade à doença: ansiedade, negatividade, anedonia (falta de prazer), perfeccionismo, comportamento inibido, preferência pela magreza e traços de personalidade obsessivo-compulsiva. Essas características também permanecem nas pessoas que conseguem se recuperar totalmente da anorexia nervosa (que são cerca de 50 a 70% dos casos).
Quando a doença começa, em geral no início da adolescência, a desnutrição e perda pronunciada de peso têm efeitos profundos sobre o cérebro que aceleram a espiral descendente: com redução do volume cerebral, alteração do metabolismo de várias regiões do córtex cerebral, disregulação emocional e regressão hormonal ao estado pré-púbere que aceleram o desejo de comer menos e perder peso, em um círculo vicioso extremamente nocivo.
Algumas alterações no cérebro dos pacientes com anorexia nervosa já foram identificadas. A atuação da serotonina é anormal, o que contribui para a inibição do apetite e um temperamento ansioso. É possível que, nesses pacientes, a ingestão de carboidratos, que eleva os níveis de serotonina, aumente ainda mais a ansiedade e o humor alterado; ao contrário, a privação de alimentos reduz os níveis de serotonina, o que reduz a ansiedade e as alterações de humor. Privar-se de alimentos, assim, talvez seja uma tentativa da pessoa anoréxica de regular sua ansiedade - o que, no entanto, só faz o problema persistir e se agravar.
A modulação