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''Não há profissões só para homens ou só para mulheres''
Pesquisadora aponta diferenças entre os cérebros masculino e feminino, mas afirma que dinamismo do sistema nervoso garante aptidão dos dois para qualquer atividade intelectual O Estado de S.Paulo -27 de fevereiro de 2011

Homens e mulheres utilizam estratégias distintas para resolver os mesmos problemas, um reflexo das particularidades dos cérebros masculino e feminino. Mas, para a médica italiana Marina Bentivoglio, as diferenças não privilegiam nenhum dos sexos e apontam para uma verdadeira complementaridade. Professora da Universidade de Verona, Marina é uma das mais importantes neurocientistas em atividade.
Na semana passada, ela veio ao Brasil para a 5.ª Escola Latino-Americana de Epilepsia, em Guarulhos. O evento, promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), reuniu jovens médicos de diversos países latino-americanos e especialistas em neurociência e epilepsia de renome internacional. O encontro termina na terça-feira.
Quais as principais diferenças entre os cérebros feminino e masculino?
Há diferenças fisiológicas: a sensibilidade a determinados neurotransmissores, a distribuição de receptores, particularidades estruturais, o volume de sinapses... Mas o significado prático dessas diferenças ainda é motivo de controvérsia. Alguns fatos são evidentes. Na mulher, o cérebro prioriza funções relacionadas à maternidade e ao cuidado dos filhos, necessárias para a conservação da espécie. Mas, do ponto de vista da organização social, as diferenças nos cérebros de homens e mulheres são comparáveis às particularidades encontradas entre cérebros de pessoas do mesmo sexo. O cérebro feminino, por exemplo, é muito verbal, apto para a comunicação. Mas há homens que se comunicam bem e mulheres que não se comunicam tão bem. Natureza e sociedade exercem cada uma a sua influência.
Podemos diferenciar o que é construção social ou biologia na mente?
Não. É difícil diferenciar, pois o cérebro é

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