Matemática financira
O empate é um bom resultado
A Casas Bahia passa a vender pela internet e se prepara para entrar no mercado nordestino - apostas para manter em 2009 o mesmo faturamento do ano passado
Germano Lüders
Michael Klein, no centro de tecnologia da empresa: crescer para ficar no mesmo lugar
Por Melina Costa | 19.02.2009 | 17h07
Revista EXAME Se existe uma empresa que simboliza a onda de prosperidade que se espalhou pelo Brasil nos últimos anos, essa empresa é a Casas Bahia. A rede varejista controlada pela família Klein é o exemplo clássico do impacto que o aumento de renda da população, aliado ao crédito farto, teve sobre a economia brasileira. Conforme a classe média emergente comprava aparelhos de TV, celulares e computadores em parcelas, a Casas Bahia crescia. Desde 2003, o faturamento da empresa mais que dobrou, chegando a 13,9 bilhões de reais no ano passado. A maior rede de móveis e eletroeletrônicos do país conquistou milhares de novos consumidores, abriu sua primeira loja em uma favela e foi parar nas páginas do The Wall Street Journal e do Financial Times como exemplo máximo de um novo mercado de consumo brasileiro. Esse mercado continua a existir. Mas as incertezas provocadas pela crise e o medo do desemprego fizeram com que ele ficasse arredio a consumir bens de maior valor. O desempenho recente da Casas Bahia é um espelho disso. A empresa não registra crescimento nas vendas - em comparação ao ano anterior - desde novembro e deve apresentar queda de 3% em fevereiro.
Diante da nova realidade, Michael Klein, diretor executivo da empresa, refez as contas e anunciou que, em 2009, o histórico de crescimento da rede não deve se repetir. "Neste ano, a previsão é manter o mesmo faturamento do ano passado", diz Klein, que recebe diariamente em seu BlackBerry informações sobre as contratações e as demissões das 534 lojas da rede. "Queremos abrir 30 lojas e terminar o ano com os mesmos 60 000 funcionários." A atual meta de Klein é bem