Mascote piti e as questões raciais
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MASCOTE PITI E AS QUESTÕES RACIAISRosemeri da Cruz Cavalheiro[1]
Este é um relato de experiência de estágio realizado na Escola Municipal de Educação Infantil Adayl Bento Costa - EMEI, da cidade de Pelotas/RS, na turma de maternal B, com crianças entre três e quatro anos de idade. O relato apresenta a proposta de trabalho dos conteúdos propostos pela escola, através da literatura infantil. No início das atividades propus a criação de um mascote que traria a cada novo dia dentro de uma caixa da surpresa um objeto que remetia ao conteúdo abordado naquele dia, nos finais de semana o mascote ia para a casa de uma criança escolhida por ordem alfabética ou de presença nas sextas feiras, promovendo assim uma interação entre os pais e os filhos que deveriam juntos fazer um relato da estadia do boneco por meio de desenho. Dessa forma, as crianças imaginaram toda uma história envolvendo o mascote, decidiram que seria um menino, ajudaram na construção da sua roupa, cortaram seu cabelo. Mas, foi a partir da fala de uma mãe que surgiu o assunto sobre a cor do boneco, que era marrom, quando esta perguntou ironicamente por que o mascote tinha que ser negro, mesmo ela também sendo negra. O que apresentava como cultura predominante era da discriminação racial, bem como outras questões intimamente imbricadas. Ao longo do tempo foram as crianças que reproduziram falas tipicamente adultas, pois se notava que elas nem sabiam o significado do que falavam, chamando amigos negros de carvão. Dessa forma percebi a necessidade de interromper os conteúdos programados para tratar do tema das questões raciais, tendo por objetivo a busca de uma postura livre de pré-conceitos quanto as diferenças de cor e raça, apoiada em uma vasta literatura infantil sobre o tema. Assim, pude perceber que a origem das falas depreciativas desenvolvidas pelas crianças, no nosso caso, era apenas uma reprodução de pré-conceitos adultos, com os quais elas têm contato, e que como docentes devemos sempre