Mascaras
Existem momentos em nossas vidas que somos obrigados a usar máscaras. Máscara de alegria quando a tristeza dilacera o peito, máscara de serenidade quando o desespero se estabelece, máscara de força quando a vontade é de se jogar no chão, máscara de sorriso quando a lágrima rola na alma, máscara de satisfação quando a insatisfação é iminente. São máscaras que põem em nós, ou que nós mesmos somos obrigados a pô-las.
Estou vivendo um momento que tudo que desejo é me livrar das amarras das responsabilidades. Queria não ter tantas obrigações e não precisar seguir certas regras. Queria tirar férias de mim mesma e das pessoas que eu amo, mesmo amando-as sinto que preciso desse afastamento, pelo menos por um tempo. Queria ter o poder de mudar de vida, de rumo, de planos, de sonhos, de direitos e de deveres. Mas não tenho. Sinto que minhas alegrias são tristes e meus momentos, escassos, de diversão e lazer são superficiais. Meu contentamento logo passa e o vazio é persistente.
Infelizmente a vida não é uma história em quadrinhos feita a lápis que você apagar e começar de novo quando achar necessário, por isso vou tentando contornar as barreiras e os buracos e vou levando a vida assim, tomando comprimidos de consolo que servem como análgesico para amenizar a minha dor. Uma dor causada pela falta de algo que nem eu mesma sei o que é.
Sinto-me como uma mulher invisível, as pessoas me olham, mas não me vêem de fato, sinto que minha voz não é ouvida e todas as minhas atitudes são desprezadas ou desprazíveis. Sinto que não faça nada de importante e em certos momentos vejo a vida sem sentido. Me irrito com as pessoas que eu amo e faço e falo coisas injustas. Sou humana e como tal, sou passiva de erros, fraquezas, dores e tristezas. Eu sei que isso tudo é uma fase e que vai passar. Já aconteceu em outras oportunidades e certamente acontecerá de novo, lá na frente.
O legal de ter um blog é que, dentre outras coisas, ele serve como uma espécie de diário