Marinao

7367 palavras 30 páginas
Revista Historiador Número 04. Ano 04. Dezembro de 2011
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DIVINA ENTRE AS MULHERES1: HELENA DE TRÓIA E A MULHER
DO BRONZE RECENTE (1580-1100 a.C )2
Marina Pereira Outeiro3
Resumo:
O presente artigo visa discorrer sobre Helena de Tróia, a rainha da Esparta personagem dos poemas épicos de Homero, na tentativa de atingir a mulher histórica que serviu de base para a mulher da poesia. Para tanto, realizou-se leitura e fichamento de textos literários clássicos e literatura pertinente ao campo histórico. Na primeira parte dissertamos a cerca da presença de Helena no relato histórico geral e as dificuldades em atingi-la de maneira objetiva através do mesmo. Na segunda parte, procura-se determinar possíveis paralelos entre a rainha de Esparta e a mulheres aristocráticas do Bronze Recente para, finalmente, discorremos sobre sua famosa traição com todas as suas implicações sociais e políticas.
Palavras-Chave: História. Literatura. Mulher. Helena.

1. Introdução: Helena e a História
Em 1885 o pintor inglês Edwin Long concluía certa tela intitulada As cinco escolhidas na qual dava cores a cena4 em que Zeuxis, conhecido pintor do século V a.C preparava-se para pintar um retrato de Helena de Tróia para o templo de Hera, em Agrigento na Sicília: para tanto o artista solicitara as cinco mais belas jovens da região para servirem de modelo, pois acreditava que a soma da beleza delas poderia aproximar-se da de Helena.
Long materializou a busca por aquela que é conhecida há milênios como um símbolo de beleza e também como advertência sobre as terríveis conseqüências que a beleza é capaz de trazer - pelos seus belos olhos de morte, os homens não acabaram ainda de se matar nem ainda as cidades de arder (EURÍPEDES, 1973, p. 76).
Contudo, apesar de Helena ser lembrada devido à pátina da beleza, é muito mais que um rosto belo: representa também algo tão poderoso, tão complexo e carismático, que o maior escritor do mundo

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