Mariana gomes caetano
Superou seu próprio mundo de desespero para reabrir um horizonte nunca antes visto. E como brilha, irradia e reluz. Reflete nela, que faz questão de espalhar por aí o poder que recebeu das mãos dos que estenderam-nas para levantá-la. Se olhou. Se amou. Ainda sem coração, agora só sabe o que é amor quando se trata de si. Ternura nos olhos, coração distante, olhar ligeiro. A brisa foi retomada para si. Trazida com esforços como quem empurra caminhões na estrada escura. Empurrou a carga. Vou trazida à tona.
Sim. E ela seguiu em frente. Não é mais conduzida por um único olhar. Se deixa olhar e ser olhada. Sorri, dá de ombros e faz questão dos queridos em volta. Hoje, desceu pela primeira vez no ponto que costumava. Mas não andou pra frente. Girou 90 graus à esquerda, respirou, olhou pra cima de rabo de olho e pensou: a luz está acesa. Mas não espera mais por ela. E ela nem sabe o que faz acesa. Apenas retoma o foco do olhar e caminha. E caminha sem pena.
Todos os dias, respira fundo e cogita sofrer. Mas como se o coração fora arremessado com tanta força no vendaval? Um dia volta. Mas não pro sofrimento relutar. Volta pra abrir, escancarar o que há de melhor na vida: a coragem.
É só com ela que se segue em frente. E quem te dá? Perguntou a si mesma. Aquele que veio em primeiro à mente é o seu porto-seguro. Cuidou dele como ele cuida dela. E sentiu o poder que isso é capaz de trazer.
A covardia é virtude dos que choram calados. É também mais obscuro