MAria Antonieta E A Revolu O
Caroline Weber
Nunca houve mulher como Maria Antonieta. Pelo menos não na corte francesa. Aquela que foi do trono à forca soube, como nenhuma outra, transformar uma França pré-revolucionária e com todos os climas angustiantes de uma revolução prestes a eclodir, em seu paraíso de doces pecados. Ela, que nunca atendeu quaisquer expectativas acerca do comportamento esperado de uma máxima dama da corte, soube fazer em seu espaço várias revoluções comportamentais que resultariam num rico trabalho estético, principalmente no quis respeito à moda. E é sob a razão do mundo fashion criado pela peripécias, jóias e peças em seda de Antonieta que a pesquisadora americana Caroline Weber lançou o livro Rainha da Moda – Como Maria Antonieta se vestiu para a Revolução..
O livro funciona como uma detalhada biografia de Antonieta, que denuncia a densidade histórica da sua atuação como rainha e como suas atitudes e ousadias com roupas e acessórios estão diretamente ligadas à suas decisões. Do traje de montaria masculino aos excêntricos penteados, dos vestidos cravejados de brilhantes ao modesto estilo pastoril, suas roupas transformaram o rigoroso e pedante cerimonial da corte.
A aura quase sacra do reino caiu por terra a cada ação de sua rainha. Uma das histórias que mais gerou burburinho na época foi quando ela, poucos meses depois de se casar com o delfim da França, recusou-se a usar o rígido espartilho de barbatana de baleia que a tradição da corte exigia. Sua simples atitude de abrir mão dessa nada confortável peça foi um dos maiores impactos políticos da época, movimentando e sendo repensado por inúmeros governantes da época. Os escândalos de Antonieta fizeram dela um dos maiores símbolos feministas que sua época soube, mesmo que aos trancos e barrancos, suportar. Caroline Weber mostra no livro que a moda, pensada e recriada pela rainha, instaurou caminhos e novos rumos no destino da história. Prova disso é que,