Manifesto comunista - resumo
A concepção materialista da História, formulada por Marx antes da publicação dessa obra, está presente, mostrando como é impossível um ser humano ser minimamente construído politicamente sem uma concepção de construção histórica da sociedade, da apropriação dos meios de produção, da própria luta de classes, da organização dos movimentos sociais. “Até hoje, a história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes.” (MARX & ENGELS, 1998, p. 40). Essa tese, além de ser uma conclusão da concepção materialista-histórica, coloca o conflito de interesses materiais como força motriz da sociedade.
Muito mais do que construir uma teoria de Estado (apesar de defini-lo muito claramente como um comitê para gerir os negócios da classe burguesa), o “Manifesto Comunista” faz uma análise da anatomia do capitalismo, não tão profunda como na obra “O Capital”, mas traçando linhas bastante nítidas: a redistribuição do trabalho, a apropriação da mais-valia pelos capitalistas, a concorrência regendo todas as relações sociais, a ruína das classes médias, o lúmpem-proletariado, a extrema concentração de riquezas e, enfim, a preparação de condições materiais e políticas que permitiriam a ascensão de um regime socialista. Aponta ainda a susceptibilidade do capitalismo a crises comerciais-industriais como uma série de catástrofes crescentes e constantes, decorrentes de sua organização