Manejo de nematoide em cana de açucar
Tecnologia Agrícola
Setembro/2005
Manejo de nematóides em cana-de-açúcar
Leila Luci Dinardo-Miranda Instituto Agronômico de Campinas Nas condições brasileiras, três espécies de nematóides são reconhecidamente importantes para a cana-de-açúcar, em função dos danos que causam à cultura: Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus zeae. P. zeae é, sem dúvida, a mais comum, embora M. incognita seja a mais daninha, aquela que geralmente causa danos mais severos ao canavial. Em campo, os sintomas de ataque de nematóides são reboleiras de plantas menores e cloróticas, com "fome de minerais", murchas nas horas mais quentes do dia e menos produtivas, entre outras de porte e coloração aparentemente normais (Figura 1). Esses sintomas na parte aérea são reflexos do ataque dos nematóides às raízes, de onde esses parasitos extraem nutrientes e injetam toxinas, resultando em deformações, como as galhas provocadas por Meloidogyne (Figura 2), e extensas áreas necrosadas, quando os nematóides presentes são Pratylenchus (Figura 3). Em conseqüência, as raízes se tornam pouco desenvolvidas, pobres em radicelas, deficientes e impossibilitadas de desempenhar normalmente suas funções. A grandeza dos danos causados por nematóides varia em função do nível populacional dos parasitos, do tipo de solo e da variedade cultivada, sendo que M. javanica e P. zeae causam, em média, cerca de 20 a 30% de redução de produtividade, no primeiro corte de variedades suscetíveis. M. incognita pode ocasionar perdas maiores, ao redor de 40 %. Em casos de variedades muito suscetíveis e níveis populacionais muito altos, as perdas Figura 1
A grandeza dos danos causados por nematóides varia em função do nível populacional dos parasitos, do tipo de solo e da variedade cultivada
provocadas por nematóides podem chegar a 50 % da produtividade, somente na cana planta. Deve-se, entretanto, somar a esse dano aqueles ocorrentes nas socas subseqüentes que, embora menores, são também