Mal das folhas ii
Métodos para Indução e Análise de Enzimas
Micolíticas Secretadas por Dicyma pulvinata
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O mal-das-folhas é uma das mais destrutivas doenças da seringueira (Hevea sp.) gerando perdas de até 100 % na produção (Gasparotto et al., 1990). O patógeno, Microcyclus ulei, se dissemina principalmente sob a forma de conídios, que em condições favoráveis de temperatura e umidade, germinam, penetram no limbo foliar e, ao colonizarem os tecidos, provocam lesões necróticas, redução do processo fotossintético e até mesmo a morte das plantas. Os ataques sucessivos da doença debilitam as plantas, tornando-as altamente vulneráveis ao ataque de fitopatógenos secundários (Gasparotto et al., 1984).
O controle biológico é altamente desejável, mesmo quando associado a outros métodos, por promover menor impacto ambiental e desequilíbrio ecológico (Bettiol, 1991).
Os mecanismos básicos pelos quais os microrganismos agentes de biocontrole podem atuar são por meio de interações antagonísticas, tais como, antibiose, competição e micoparasitismo (Melo & Azevedo, 1998).
Brasília, DF
Novembro, 2002
Autores
Paulo Roberto Queiroz
Biólogo, M.Sc., bolsista,
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia.
Wendel Neiva Martins Lago
Estagiário graduando, Embrapa
Recursos Genéticos e
Biotecnologia.
Raquel Adjafre da Costa
Matos
Estagiária graduanda, Embrapa
Dentre as medidas de controle mais promissoras para o mal-das-folhas destaca-se o biocontrole, usando o fungo Dicyma pulvinata (Berck & Curtis) Arx (syn. Hansfordia pulvinata). Vários estudos têm demonstrado o elevado potencial de controle deste micoparasita sob condições de campo. Colonizando as lesões, D. pulvinata impede a esporulação do patógeno, por mecanismos ainda desconhecidos, reduzindo o desfolhamento das plantas e a taxa de inóculo para evitar novas infecções. Entretanto, o potencial de uso deste agente de biocontrole esbarra em sua baixa taxa de crescimento em substratos