Magnitude de violações dos direitos humanos na Síria.
A escala e frequência das graves violações de direitos humanos na Síria aumentaram significativamente nas últimas semanas, de acordo com um novo relatório de um painel independente das Nações Unidas que investiga abusos cometidos no conflito em curso no país. Graves violações de direitos humanos têm crescido em número, em ritmo e em escala, disse o Presidente da Comissão, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ao Conselho. Os civis, muitos deles crianças, estão arcando com o ônus da espiral de violência.
A Síria tem sido abalada pela violência, com um número estimado em 19 mil pessoas mortas – a maioria civis – desde o início do levante contra o presidente Bashar al-Assad, há cerca de 18 meses.
Pinheiro disse que o relatório, que se baseia em investigações da Comissão e entrevistas realizadas até duas semanas atrás, tinha encontrado motivos razoáveis para acreditar que as forças do Governo e membros da milícia controlada pelo Governo conhecida como Shabiha cometeram crimes de guerra, graves violações dos direitos humanos e crimes contra a humanidade.
Violações realizadas pelas forças do governo incluem assassinatos, execuções sumárias, tortura, prisões e detenções arbitrárias, violência sexual, violações dos direitos das crianças, pilhagem e destruição de bens civis – incluindo hospitais e escolas.
Grupos armados antigovernamentais também cometeram crimes de guerra, incluindo assassinato e tortura, disse Pinheiro. Além disso, crianças com menos de 18 anos de idade estão lutando e executando funções auxiliares para estes grupos.
O relatório também afirma que a situação socioeconômica se deteriorou ainda mais, com 2,5 milhões de pessoas necessitando de ajuda humanitária e mais de 1,2 milhão internamente deslocadas – metade das quais crianças, de acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Pinheiro ressaltou que a situação estava piorando, em parte devido ao efeito cumulativo