Magico de Oz
Dorothy vivia no Kansas, com seu tio Henry, que cuidava de uma fazenda, e a tia Em, mulher dele.
A casa em que eles moravam era pequena e não tinha sótão e nem porão – tirante um buraco não muito grande cavado na terra, que chamavam de abrigo de ciclone, onde a família poderia se esconder para o caso de aparecer um desses imensos redemoinhos de vento.
Os tios de Dorothy eram muito cinzas e sérios e não gostavam muito de brincadeira. Tinham uma aparência solene e severa, e quase nunca diziam nada.
Era Totó quem fazia Dorothy rir, e não deixava a menina crescer tão cinzenta quanto tudo que existia à sua volta.
Um dia, de muito longe, ao norte, ouviram um gemido prolongado do vento.
– Está vindo um ciclone!
– Depressa, Dorothy! Corra para o abrigo!
Totó então correu e se escondeu dentro da casa. A menina correu para ir buscar o cãozinho.
E então uma coisa muito estranha aconteceu. A casa rodopiou duas ou três vezes e começou a levantar voo devagar.
Apesar do balanço da casa e do barulho do vento, em pouco tempo Dorothy fechou os olhos e adormeceu profundamente.
CENA 2
DOROTHY FOI ACORDADA por um choque repentino e forte.
O ciclone tinha depositado a casa no meio de um campo de uma beleza extraordinária.
Dorothy reparou que vinha caminhando na sua direção umas pessoas muito esquisitas.
Não eram tão grandes como os adultos com que estava acostumada. Na verdade, pareciam ser menores do que Dorothy, só que pareciam muitos e muitos anos mais velhos.
– Bem-vinda, nobre feiticeira, ao País dos Munchkins. Queremos lhe agradecer por ter matado a Bruxa Má do Leste, libertando o nosso povo da escravidão.
– É muita bondade sua; mas deve ter havido algum engano. Eu não matei ninguém.
– A sua casa, pelo menos, matou, o que é a mesma coisa. Olhe só! Ali estão os dois pés dela.
– Minha nossa! Minha nossa! A casa deve ter caído em cima dela. O que a gente pode fazer?
– Não há nada mais a fazer.
– Mas quem era ela?
– A Bruxa Má do Leste,